Design para quem não é designer…

Ler um livro básico de design para quem já leu tantas obras da área, que por natureza tem diferentes pontos de vista, e que vão desde os teóricos mais conservadores, até os mais modernos projetistas industriais (veja outras publicações desse mesmo blog), o que essa obra inicial de qualquer graduação de design, ou próxima, vai fazer de diferença nesse emaranhado de textos que tanto acrescentaram ao conhecimento acumulado?

As capas do livro já editado para o Brasil. A versão mais famosa é a amarela.

Para quem vem estudando para o mestrado faz 5 anos, a caminho do 6o, e não tenho previsão se irei passar da forma mais adequada ou menos penosa, já dá pra falar que esta empreitada vai longe e vai demorar para terminar então vamos ao livro.

A obra em si é mais um apanhado do que realmente faz diferença na vida dos designers do que um real curso de curta duração. Passa por conceitos que serão usados de forma natural e espontânea pelos profissionais mas que aos iniciantes, e não designers, vão passar despercebidos e sem entender o porque deles estarem ali para serem usados.

O livro se dedica a mostrar como: alinhamento e disposição de elementos; uso ou não de figuras e desenhos causa maior ou menor impacto; a organização e a hierarquia das informações tem relevância com a velocidade de acesso as informações divulgadas; peso, tamanho, estilo e família de fontes fazem diferença em situações específicas; quais e quantos os elementos gráficos que compõe os trabalhos serão usados… enfim muita informação irrelevante para muitos e cruciais para muito poucos. Design é muito mais que isso...

Os conflitos de informações que podem, e vão ocorrer nos trabalhos, são as bases para a linha dorsal da obra. Primar em divulgar dicas que ajudam os estudantes a entender como se deve trabalhar determinadas ocasiões também é um ponto relevante do livro.

O autor se esforça em demonstrar que determinados detalhes e escolhas farão diferença no olhar técnico dos profissionais já atuantes e mais ajuda ainda fará aos novatos que precisam de um porto seguro para se basear e buscar informações que justifiquem suas escolhas no decorrer dos projetos. Quanto mais estas pessoas se dedicarem a evitar ou contornar as situações indesejadas, que muitas vez ocorrem pelos gostos duvidosos dos seus clientes, muito possivelmente irão chegar a um lugar mais confortável de trabalhos com melhor desenvolvimento do que os trabalhos realizados por aqueles que não tem ao menos essa leitura.

Pelo autor partir de exemplos de situações bem corriqueiras do design gráfico com relação a produção de materiais impressos diversos como: panfletos, folhetos, brochuras, cartões de visita, capas de jornais e de revistas; as demonstrações usadas se tornam boas referências para identificar os erros mais comuns e os ajustes mais corriqueiros dessas ocasiões.

Não é um livro de nota mil pois não é o foco dele mas é um bom material para deixar sempre a mão como um compilado objetivo e prático de como resolver problemas um tanto comuns na atuação profissional. Problemas bem recorrente dentro da área gráfica. 

O destaque é para o conteúdo específico de tipografia. Muitas vezes negligenciado pelos clientes e muito mal explorados pelos novatos ou não estudantes da área. Se for para considerar só esta parte, já vale o investimento de tempo nessa leitura.

Veredicto: para quem for novato é um livro de inclusão de assuntos porque de alguma forma a formação acadêmica irá passar por eles de alguma forma. Para os mais experientes, um viagem histórica ao revisitar conteúdos que nem sempre ficam latentes quando a atuação profissional já ocorre a tantos anos e, se precisar explicar os por quês dessas escolhas, ela irá lhe auxiliar a desenvolver um nível de argumentação um tanto convincente para os que não são dessa área.

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Ass.: Thiago Sardenberg

OBS: de uns meses para cá, estive fazendo a transição entre os programas prioritários (pagos) para os open source (codigo aberto e livres) e este trabalho foi realizado nessa situação como resultado de parte desse processo.