Prova Design – IFSP 2018


Para chegar lá...

Depois de 2 meses estudando para essa prova de design uma coisa é certa: vai ajudar (de alguma forma) nas pesquisas e trabalhos do mestrado. Quanto e quando? Isso é algo a ser descoberto. Até que os últimos livros lidos (só desse concurso e publicados anteriormente) foram bons para me indicar novas ideias de como pesquisar o tema do mestrado e por onde ele pode ir. A disciplina e força de vontade em querer me dar bem nessa prova valera porém...

Depois de muito andar por SP e descobrir que o local da prova era bem distante do centro (2 horas de metrô e trem do local onde estava) chegar até ele não foi o problema. Problema foi aguentar o cansaço de ter ficado tanto tempo em pé parado (e já ser acostumado a isso). Chegando na praça (na saída da estação) perto do local da prova, converso rapidamente com jornaleiro e obviamente já percebeu que não era da região. Ainda faltavam 20 minutos de caminhada até o local.

“Você é Carioca?” ele me perguntou. Respondi que sim mas o sotaque carioca é tão forte assim? Fiquei com essa pergunta na minha cabeça por um bom tempo. Após saber para onde deveria ir, segui meu caminho. O tal jornaleiro me falou que iria caminhar um pouco até o local e que era melhor usar um ônibus para chegar lá entretanto o jornaleiro não esperava que eu, esse mero carioca, já estava acostumado a longas caminhadas. Enfim fui até o local que precisava.

Durante o trajeto umas coisas bem características de São Paulo. Ruas estreitas de mão dupla e com muitas ladeiras. Se tem algo que gosto de SP é o sistema de transporte abrangente, longo, integrado e funcional. O que me irrita em SP é justamente essa quantidade absurda de ladeiras e ruas mega estreitas com um transito horrorosamente caótico (mesmo com as leis de transito). Tirando esses detalhes SP é uma cidade que tem lá suas peculiaridades e pontos interessantes.

Essa caminhada foi no sábado antes do dia da prova. No domingo, chegar até o local foi fácil. Saindo com mais de 3 horas de antecedência, ficou tranquilo cumprir o horário. Almoçar não foi problema. O Bauru (típico do estado) e aquele pão de queijo gigante (vindo de MG) me salvaram mas faltou um caldo de cana com aquele pastel de queijo tradicional dos paulistanos que deixarei para uma próxima oportunidade.


A prova do IFSP

A prova teria uma duração de 4 horas (como todo bom concurso público) e todas as regras já conhecidas de vestibular, Enem e Mestrado ou Doutorado estavam ali. Havia, no caderno de prova, 40 perguntas de múltipla escolha para serem respondidas e 10 delas só de pedagogia. Nas 30 restantes o conteúdo dos livros estaria distribuído. Realmente o conteúdo dos livros caíram todos mas passaram algumas detalhes importantes.

No PDF dos itens indicados que iriam cair na prova, um dado curioso: a bibliografia não abrangia o programa Corel Draw e na prova caíram 3 perguntas de Corel Draw. Outra informação que me deixou encucado foi que havia, nessa lista de itens pré-definidos, uma linha especificamente escrita de quais os programas que poderiam cair. Quando vi que perguntaram coisas que a bibliografia não abrangia não deu outra, estava listado o Corel Draw ali e eu havia passado batido por essa informação. Felizmente sabia o programa faziam mais de 13 anos.

A ultima informação importante foi que, sabendo que podem usar o Corel Draw para ensinar no IFSP, no curso de design deles, é quase certo que o trabalho do docente iria ser diretamente no Windows e não em um Apple Mac.

Como não havia percebido a exigência do Corel Draw na lista, ao ver as perguntas da prova fiquei com uma raiva latente. Mantive a calma e fui até o final. Muitas perguntas com pegadinhas e trocas de vocabulário muito sutis que indicariam e confundiriam os candidatos as respostas certas e erradas só pelos enunciados estranhamente escritos deveriam ser mais objetivos. Essas provas não são de caráter objetivo? Porque enrolar nos enunciados?

Ao final, veio aquele balde de agua fria da consciência pesada “não passei de 40% das respostas certas”... Isso é muito pouco e no edital ainda indicava que o candidato deveria acertar no mínimo 50% para não ser eliminado. Estou ferrado.

Antes da prova, conversando com um gaúcho (que não peguei o contato nem o nome) ele havia indicado que apenas os 4 melhores iriam ser chamados e que a 5ª vaga era para os candidatos nas cotas (negros, índios, pardos ou deficientes físicos). Resultado final? Ainda não saiu. Só no final de março. E o meu ‘erro’? Não anotar as respostas da minha prova. Esquecido...

No dia seguinte a prova, saiu o gabarito preliminar. Alguns dias depois entrei em contato com a organização do concurso perguntando sobre a disponibilidade dos cadernos e essa resposta indicava que “se não foi divulgado no edital, os cadernos não seriam disponibilizados”. Então, tá... ficarei esperando o resultado.

Na semana seguinte saíram os cadernos no site do concurso. “Como assim? não me foi informado que não iriam divulgar esses cadernos?” melhor pra mim posso refazer a prova. E quem disse que tive tempo? Cheio de freelas pra fazer...

Após 2 semanas da prova eis que veio outra informação interessante. Divulgaram o gabarito final da prova. Para minha surpresa, 3 questões anuladas. Oba aumentaram as chances mas para todos os candidatos entretanto, de novo, uma das questões anuladas era exatamente uma das quais eu lembrava ter respondido certo. Outra bomba no final das contas.

Enfim aos finalmentes...

Resultado final? Ainda não havia saído na hora da publicação desse texto.

E de volta ao dia da prova... assim que saí dela pensava em entrar com recursos de anular ao menos 2 questões que não esperava cair. Entrei em contato com um professor de mestrado sobre isso e ele comentou que não era bom fazer esse tipo de ação. Voltei ao edital, verifiquei algumas informações e sim, estava lá, a ‘info’ de que poderia cair na prova perguntas de Corel Draw (já dito nesse texto).


Conclusão

A prova não estava fácil. Estava chata (como toda boa prova tem que ser) e mesmo preparado para ela, tendo lido e estudado tudo que o edital pedia, ainda assim, não foi possível ter um resultado satisfatório. Lembrando sempre que estou me baseando na minha própria percepção de progresso e acertos depois da realização da prova e não com os resultados desta prova.

A parte boa foi que depois de tanto estudar coisas que já sabia aprendi muitas outras novas e de tabela foi em todos os programas que já sabia e agora aplico esses novos conhecimentos no meu dia-a-dia de trabalho (os freelas agradecem e melhoraram).

Além desse esforço descomunal que me deixou preso em casa muitas horas estudando também me abriu novas portas para novos trabalhos pois já estava pré-treinado para exercer novas funções, atividades e realizar tarefas que a profissão me permite fazer.

Enfim, não se preocupem... Mesmo que possa parecer chato, estudem. Revisem o conteúdo. Vejam novas publicações regularmente de programas que já sabem. Uma visão diferente, um processo que você não havia chegado ainda ou um novo recurso de uma nova versão do programa sempre poderão ser descobertos nesses estudos.

Não fique preso ao passado de seu conhecimento estabilizado e pré-estabelecido. Se agarrar a esse passado só te trará mais trabalhos parecidos e causará um ostracismo inevitável em vez de te fazer crescer e melhorar como profissional devido a novos e diferentes freelas que existem por aí.
Me lembra a frase de um ex-professor “sempre pego trabalhos aos quais não sei realizar. Além de me manter estudando, aprendendo coisas novas, me reciclando e renovando, me ajuda a me manter atualizado e me deixa cobrar mais caro por esse trabalho...” e realmente essa frase nunca fez tanto sentido como tem feito nesses últimos dias.

Pós conclusão (isso existe?)

A parte capciosa desse concurso? Perguntas pegadinhas. Alguém sabe se existe algum livro, jornal, ou revista que fale só das perguntas de design que esses concursos tem? Será interessante agrupar esses dados (perguntas e respostas oficiais).

Se houver alguma informação faça-a e deixe a indicação nos comentário ou em links sobre outros concursos e onde essas informações se encontram pois será relevante para novos estudos.

E de volta aos estudos do mestrado.
Até o próximo texto.
Ass.: Thiago CS


Atualização da postagem...
PS.: As notas preliminares saíram. Infelizmente não passei e como havia previsto, em torno de 40% da nota não deu outra. A nota foi 42,5%. Com a correção das notas (em relação a anulação de 03 questões que estavam erradas) a nota de todos os candidatos subiu 7,5 pontos. Dessa forma passei no concurso pois cheguei a 50% da nota mínima e é aí que mora a o fator indigesto. Chegar na nota mínima por terem anulado questões não é nada agradável pois parece que não estudei o suficiente para passar nesse concurso.

Bom ou ruim, para quem quer que seja, chegar aos 50% teve um gosto muito mais amargo do que ter sido reprovado por uma nota baixa entretanto ainda ficam outras informações. No resultado preliminar os 5 primeiros candidatos tiveram notas maiores que 75% e com a correção / anulação todos eles passaram de 80%. O primeiro candidato tirou 85% da nota máxima.

Ótimo ou não esse é o limite (mínimo, diga-se de passagem) que todos os candidatos devem se exigir para ser bem sucedido em qualquer concurso. Como não foi dessa vez mas já sei conde devo chegar (e os que lerem esse texto também saberão).

Enfim, de volta aos estudos do mestrado...

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