E quando sua deficiência não é considerada deficiência?
Se tiver preguiça de ler então passe longe pois o texto e longo, reflexivo...
Sou usuário de óculos desde os 8 anos de idade, e com essa tecnologia, reduzo parte dessa "deficiência" natural que tenho. A própria sociedade encara o uso de óculos como uma não deficiência mas sem ele, sim os óculos, não conseguiria fazer 80% do que faço como profissional (qualquer que seja a minha atuação ou de dirigir). Se a sociedade não tivesse desenvolvido os óculos (independente da época e da solução desenvolvida), essas pessoas, com limitações visuais (graves ou não tão graves) teriam muito mais dificuldade de se encontrar nas suas rotinas do que as classificadas como normais. MAS não é só essa deficiência que existe...
Como Designer, sou obrigado a pensar em projetos, soluções e viabilidade técnica desses produtos o tempo todo. Muito além da atuação mas como pessoa é importante levantar essas situações.
O 1º ponto a ser ressaltado, além de ser mais reflexivo, é: sou ou não sou considerado deficiente? Não vou definir apenas refletir.
O 2° ponto é: o que a indústria de jogos digitais têm feito em relação aos diferentes níveis e tipos de deficiência que atinge a sociedade? Alguns projetos e propostas até são pensados (conheço alguns) mas quais viram a luz do dia? Esse é outro ponto e talvez o mais relevante.
A ideia que demonstro aqui é focada em uma proposta de jogo que fale, além da inclusão, das limitações impositivas que determinadas situações diárias, causam aos diversos deficientes que compões essa mesma sociedade. Falar de inclusão é entrar em choque com muitas situações e as mais diversas possíveis.
Quais são os desafios dessa proposta não tenho a mínima ideia mas já na Seleção de Personagens o problema começa. Com alguns ajustes ao delimitar a figura, pré estipulada, simplifica visualizar as coisas, porém, no complemento dessas escolhas, estão outras informações relevantes.
Deficiência / Qualificação
1 anã(o) / (engenheira(o) graduada(o)) 1 cega(o) / (graduada(o) e se comunica bem) 1 muda(o) / (letrada(o) e nível técnico avançado) 1 surda(o) / (artista visual e cozinheira(o)) 1 cadeirante / (mestre(a/o) em educação inclusiva) 1 movimentação nula / (graduada(o) em direito) 1 daltônica(o) / (calculista matemática(o))
Obvio que existem outras deficiências mas pra escopo geral, essas já ajudam a ilustrar o desafio da proposta.
Cada conjunto de objetivos e desafios faz alusão direta as dificuldades e limitações de cada persona. Mesmo com suas deficiências, são pessoas com um grau de instrução e conhecimento de destaque, seja ela uma pessoa mais técnica ou com títulação.
A ideia é: o que os jogos de hoje fazem para incluir propostas e desafios, aos não deficientes, sobre essas deficiências?
É uma atividade reflexiva que precisa aparecer. A sociedade é complexa e dentro de sua pluricomplexidade é interessante ver essas soluções.
Espero que isso ajude a galera que produz a pensar além do óbvio.
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