Softwares livres – faltas e acertos

Só para constar, e antes que achem que é perda de tempo... a maioria da população brasileira e das escolas de todos os níveis (creches, primário e ensino médio) são públicas e precisam ser/estar acessíveis para a maioria da população. Querendo ou não é preciso deixar esses espaços escolares adaptados aos treinamentos em tecnologia, tanto aos professores quanto aos alunos, pois o futuro que a humanida irá alcançar esbarra no uso de computadores e recursos eletrônicos. Com isso, a necessidade de treinar toda uma geração nova de instrutores de softwares para futuros usuários, nessas escolas, faz ser iminente conhecer e reconhecer o que existe disponível e para que servem essas soluções tecnológicas já disponíveis.

E depois de realizar parte da migração para os programas abertos, fazer diversos trabalhos, ter um canal dedicado a eles, e uma infinidade de descobertas, é possível fazer algumas observações pois já faz mais de 2 anos que esta migração vem ocorrendo.


Pra mim, a grande sacada desses programas, é a acessibilidade deles. Sem elas, uma parcela gigantesca da população nem saberia fazer qualquer coisa sem recorrer a meios escusos e ilegais. Complicado...

Situações estranhas

A maioria dos designers que trabalham em plataformas pagas (as proprietárias) podem trabalhar com a opção de cores em CMYK que é feita para trabalhos de impressão. Para os programas livres, até o início de 2022, essa opção ou não existia ou o caminho para se entregar o trabalho para gráficas era mais longo. Existe a possibilidade de fazer entregas em cores CMYK? Sim mas não é tão prático ou rápido de ser realizado. Desde Fevereiro o Inkscape, enfim, permite usar a versão CMYK das cores mas para quem é mais raiz, é possível se adaptar os trabalhos de cores RGB usando tanto o Krita quanto o Scribus, basta importar os arquivos e converter na exportação. Não significa ser menos eficiente, é só um caminho pouco mais longo que o normal. 

Exportadores de vídeos

Cada editor de vídeo tem seu exportador de vídeo. Bom ou ruim, eles existem e funcionam. O que me incomoda é o fato deles não serem integrados entre si ou existir uma exportador que funcione em todos eles de maneira externa. Projetos diferentes usam exportadores diferentes e por serem produzidos por empresas diferentes, cada uma faz o seu exportador, algo que poderiam unificar. Vale o esforço da comunidade em se organizar para criar uma solução agregadora e fazer um programa intermediário integrador dessas opções pois facilitará o processo de exportar em fila sem atrapalhar alguma parte da produção daquele momento.

Efeitos visuais - VFX

Para quem trabalha com produção audiovisual existe o setor de efeitos visuais, pela indústria é conhecido como VFX. Na prática é o setor que mais custa caro e chama a atenção dos curiosos porque é nele que a magia do cinema acontece. Explosões, cenários, filmes em 3D, desenho 2D, live actions “ação ao vivo”. Diversas coisas podem ser feitas o que demanda tempo, recursos tecnológicos (equipamentos) e muito conhecimento da equipe de produção. É nesse ponto que acontece a problemática.

São 2 formas de produzir esses efeitos. Ou como conjunto de nós (com o NUKE, DaVince Resolve e Blender), ou como em uma grande linha de tempo (Affter Effects e Enve 2D). Como não existe um padrão (apenas soluções) o que mais senti falta foram treinamentos para se usar os nós desses efeitos. Como não é o mais comum, mesmo sendo conhecido e muitas vezes recomendado, falta divulgação de como se fazer esses trabalhos nessa vertente de trabalho e solução tecnológica. Quando usamos editores de vídeos (after, premiere e muitos outros), a noção de linha de tempo é mais evidente e a aplicação dos efeitos sobre trechos de filmes é mais fácil de se perceber, algo que o sistema de nós não deixa tão claro na execução, mesmo que este sistema seja mais eficiente na aplicação geral. 

Conversores de vídeos

Na prática só encontrei um conversor eficiente pra isso (HandBreak). Como não são todos os PCs que vão rodar esses programas gráficos, fica mais problemático ainda fazer conversão de vídeos. Quando não se tem muitas opções o problema é maior ainda. Coloque a essa situação de nem todos os editores suportam todos os formatos de vídeo existentes, a problemática fica ainda pior. Palmas para os que existem mas ainda assim são poucos. É preciso uma atenção maior a elas.

Áudio

Desde quando a empresa que produz o Audacity divulgou que iria verificar a telemetria do programa, a comunidade do open source ficou indignada, bem pistola, pois é um tipo de invasão de privacidade na máquina dos usuários e essa polêmica foi causada pela própria fabricante. Resultado disso foi a abertura para se usar outros programas também livres. Quem precisar de uma solução temos o DarkAudacity que parte dos mesmo principios que o Audacity porém, sem verificar a telemetria.

3D

Quem gosta de jogos digitais, Blender e Bforartits são as soluções existentes. Blender é o mais famoso e usado porém o BforArtistis é, visualmente falando, mais agradável. Infelizmente o BforArtists é bem mais instável que o Blender e o Blender tem muito mais material acessível para se consultar e testar, além da comunidade ser bem maior. Ambas são boas opções para se treinar e produzir trabalhos 3D, só fica a dica: salvem, regularmente, seus arquivos. Perder progresso por falhas inesperadas dos programas 3D é bem comum.

Games

Existem 2 soluções bem conhecidas: Unity e UDK porém ambas podem ser pagas ou serem usadas como ferramentas semi gratuitas/abertas para desenvolver soluções simples ou de baixo valor. Após um determinado tempo ou retorno financeiro, os desenvolvedores precisarão pagar os Royalties das fabricantes e isso é o segredo de mercado deles.

Para sair desse imbróglio legal, ainda assim, existem 2 alternativas: Godot Engine para jogos 2D ou 3D (uma das poucas em 3D que existe de maneira aberta) e a Gdevelop para jogos 2D. 

A Godot tem uma forma de trabalhar parecidas com os nós da modelagem 3D do Blender ou da aplicação de efeitos com o Natron. O princípio dos nós é bem interessante e precisa de tempo e esforço pra entender. No caso da Gdevelop ela se parece muito com a Construct (2 e 3) no formato e proposta de trabalho, infelizmente tem pouco conteúdo em Português Brasileiro sobre. Quem se sai melhor é a Godot que tem muitos canais no YouTube que podem ajudar.

Para produtividade: Programas de escritório…

Existem 2 opções também: Libre Office e Open Office. A ferramenta Open Office não usei mas já vi muitos usuários sugerindo ela, por isso ela fica como recomendação. A outra ferramenta é a Libre Office e por estar fazendo mestrado (sim esse texto foi escrito no editor do Libre Office) ela é uma ótima opções e por ser leve na inicialização, super rápida para se usar. Uma boa opção, offline e instalável no seu sistema operacional, para quem precisar escrever textos, criar planilhas eletrônicas ou, até mesmo, apresentações (estáticas ou dinâmicas). Para quem não conhece alternativas ao MS Office, essas duas são soluções bem parecidas, e não preciso do Gdocs e do navegador para funcionar.

Onde encontrar os programas?

Só buscar no seu navegador de internet pelos nomes indicados na publicação. Ao chegar no site oficial,, de cada um deles, procure por downloads, lá dentro busque a versão certa para o seu sistema operacional e instale. Se for Windows podem ser arquivos EXE ou MSI. Se for Linux pode ser ou AppImage, ou Flatpak ou Snap. Para quem for da Apple os arquivos .DMG são os compatíveis. A vantagem dos sites oficiais e dos programas serem abertos é a disponibilidade para a maioria dos sistemas existentes e sem precisar recorrer a pirataria ou meios ilegais. Isso é bom não é? Então... Essas são oas minhas recomendações nesse texto e até o próximo.

Ass.: Thiago C. Sardenberg

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