Educação Criativa: Multiplicando experiências para a aprendizagem

Um livro que descobri por mero acaso quando buscava novas fontes de referência ao tema de criatividade. Paralelamente, também vinha pesquisando sobre formatos das salas de aula, aula tradicional, híbrida e invertida e outras tantas possibilidades que existem.


Para entender o livro é preciso perceber que muito se fala sobre criatividade mas “pouco” se escreve sobre o que ela pode ser. Mesmo que exista diversas publicações sobre o tema, o mesmo tem problemas de definição contundente sobre o que é ou pode ser. Bom ou ruim, abre margem a inovadores e trabalhos e renovação de bibliografias constantemente.

Em situações de ensino e aprendizagem, com material consultado extensivo e abrangente, e até mesmo pela Base Nacional Comum (BNC) e Plano Nacional de Educação (PNE), onde existem menção clara de estudante critico criativo, o uso da palavra acaba sendo corriqueiro, genérico, recorrente e sem muito significado além do contexto ao qual é inserido. Devido a isso, uma busca mais enfática do que pode ser é algo a ser pensado.

O livro tem um conjunto de fatores que o faz ser relevante. É aberto e livre ao público. Qualquer um pode lê-lo pois está disponível no formato PDF no site da Editora. Tem muito conteúdo de diversas áreas de atuação docente auxiliando quem tem interesse em ver trabalhos diferentes. Tem uma leitura fácil e rápida mesmo sendo longo. A variedade de temáticas e origens é agradável pois mostra a atuação docente em diversos contextos escolares, institucionais e níveis educacionais. E o mais importante do trabalho é a quantidade de metodologias usadas para se relatar as experiências que foram realizadas pelos professores.

A ideia não é falar sobre criatividade em si mas como essa coisa, a criatividade, gera um infindável emaranhado de soluções que só a diversidade de atuações poderia gerar para os profissionais. Seja qual for a profissão, um apanhado de textos explanativos relevantes que ilumina a mente dos curiosos que gostariam de aprender como escrever relatos de experiências. Uma obra pra isso.

Conteúdo 

Os textos variam bastante, seja da área da docência no ensino básico ou no ensino técnico. Até tem trabalhos da atuação profissional com discentes das graduações com a atuação profissional gerando trabalhos de curso onde a inclusão e desmistificação de certos conteúdos também são alterados, melhorando assim a relação dos alunos com a matéria. 

Os trabalhos que me chamaram mais a atenção foram de:

A) Aprendizagem com dispositivos móveis: reflexões epistemológicas e práticas no ensino de matemática; 

B) Como usar a criatividade para desenvolver jogos e melhorar a aprendizagem dentro e fora da sala de aula (que é a temática do meu mestrado mas não acrescentou tantas informações, mesmo que em todos os trabalhos coexistam várias situações de criatividade);

C) O ensino de Sociologia baseado em livros didáticos abertos (uma postura política a favor das soluções livres de copyright das editoras tradicionais);

D) O Scratch como ferramenta pedagógica para o desenvolvimento do pensamento computacional sob a perspectiva da aprendizagem significativa (o futuro das novas gerações passa pelo ensino e a aprendizagem das técnicas e ferramentas de programação).


Em todos os casos, os estudos apresentados vieram da vivência dos docentes em suas respectivas atuações profissionais. Como cativar os alunos a prestar mais atenção e quais os resultados que propostas diferentes alcançaram é o pré suposto do trabalho. O uso de tecnologias e recursos educacionais digitais influenciaram esses resultados e mostra que o maior problema pode não ser somente a adoção dessas alternativas em sala de aula pelos docentes mas como fazer essas ferramentas se tornarem mais significativas a ambos os lados dessa balança. 

O objetivo, no final das contas, é levar todos pra frente, em direção a retransmissão de informação e ao ensino significativo e de qualidade que as pessoas esperam e pedem as escolas porém sem subordinar seus atores (docentes, discentes, instituições, espaços de aula) as imposições tecnomaravilhosas que em muitas ocasiões os fornecedores delas induzem os gestores das academias, com seu discurso Marketeiro de mais vendas melhor pra eles, acima de tudo e de todos.

O grande benefício que o livro me passou foi uma expressão que fez alguma diferença na pesquisa acadêmica: Aprendizagem Significativa. Uma expressão que foi ‘cunhada’ por AUSUBEL na década de 1960 que identifica no ensino a relevância do aprendizado. Se o conteúdo que se está precisando ser repassado, para uma nova geração, não tem significado, o aprendiz esquece o que aprendeu pois não tem relevância além da sala de aula. Esse é o principal ponto do trabalho: ser relevante dentro e fora da atuação docente, e indo muito além do durante ou depois do tempo de sala de aula para os docentes e seus discentes.

Conclusão

Para quem precisar de ideias um tanto diferentes, em uma obra aberta e livre, para aprender como escrever textos acadêmicos, é uma leitura bem técnica (no quesito academia) e um interessante apanhado de relatos da atuação docente (a profissão e suas possibilidades) realizada de maneira ímpar por seu diversificado combinado de autores professores. Vale a leitura. Para saber mais clique aqui!

Até o próximo livro.
Ass.: Thiago Sardenberg

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