Squetch Book Pro já era…

Contextualizando...

Pra início de conversa, o leitor desavisado precisa ser informado de algumas coisas: este blog é sobre design em seus múltiplos sentidos; programas open source serão o foco mas existe espaço suficiente para conversar sobre outras iniciativas; e o intuito é sempre estar escrevendo sobre design ou coisas coligadas a área; mesmo que o nome do blog seja sobre mestrado existe espaço o bastante para escrever sobre coisas de design que acabam por esbarrar em situações que o design acaba por fazer e/ou receber influências; e programas, querendo ou não, fazem parte do universo do design atual. Então, sem mais delongas…


Squetch Book Pro já era…

Em 2018 a Autodesk havia informado que o programa SquetchBookPro deixaria de ser pago e viraria gratuito (apensar de não ser de código aberto). E dito e feito a ferramenta ficou disponível para todos os usuários. Agora, Junho de 2021, a Autodesk informa, no site oficial do programa, que o mesmo seria descontinuado e deixaria de estar no seu portfolio de programas. Dito e feito, de novo, e a partir deste ano existe a empresa SquetchBook Inc

Aí vem a pergunta importante: por que dessa separação da ‘fabricante’ original e a criação de outra?  Quais serão as vantagens de se ter um programa, antes pago, até 2020 não mais pago, e em 2021 pago de novo, e não mais dentro de sua empresa original (Autodesk) estar saindo de casa?

Vamos por partes

Autodesk é uma famosa e conhecida companhia criadora de programas 3D de variados formatos, para variados usuários, em variados mercados, com base no Windows (3D Studio Max em questão) ou Mac e eventualmente, para Linux (Maya neste caso). Além dessa situação ainda existe o seu calcanhar de Aquiles que é, em suas múltiplas versões, seus programas sofrem, de forma crônica, com bugs e erros de programação que deixam seus usuários na mão, muitas vezes, quebrando e corrompendo arquivos que deveriam não sofrer com essas falhas. Verdade seja dita, os programas abertos e gratuitos também sofrem com essas falhas, logo ninguém é perfeito em suas programações.

Porém, por serem pagos, existe atualização constante, suporte 24/7/12 (na maioria das vezes em inglês ou em línguas muito faladas pelo mundo) e uma bibliografia gigantesca disponível. Se fuçar bastante as entranhas da internet poderá encontrar alguns documentos de época bem interessantes e livros, das mais variadas origens, para uma determinada versão, que pode ser compatível com seu PC, seja ele antigo, meio antigo, meio novo ou possante.

Dessa forma é possível entender, nas entre linhas, que ela também sofre, como toda boa empresa de programas prioritários (os pagos), da famigerada pirataria e desbloqueio forçado pelos usuários que não querem pagar por eles os levando ao inevitável valor acumulado (preço cobrado) as quais suas ferramentas têm por natureza.


SquetchBook

Para acompanhar essa plataforma de programas, da mesma forma que a Adobe tem um pacote de programas, a Autodesk tem sua plataforma e dentro dela, o SquetchBook. Mesmo que seus programas sejam vendidos separadamente, por N valores, existir um programa de desenho, que era compatível com suas ferramentas, ajudava a manter seus clientes/usuários, focados nas suas soluções de trabalho porém, o jogo mudou…

Ao entrar no site da nova empresa, a SquetchBook Inc, quando indico que quero baixar qualquer versão dele, o mesmo me leva a loja de aplicativos do sistema que uso, no caso o Windows. E quando vi o preço do produto, foi um susto, tanto bom quanto ruim…

O que a empresa diz em seu site oficial é “O que quer que você use - desktop, celular ou tablet - o Sketchbook® está lá com as ferramentas de que você precisa. Crie, desenhe, rabisque e capture suas ideias onde quer que esteja.” e faz sentido, o programa estar disponível, para diversos aparelhos, Windows, Mac OS, iOS, Android e até certo ponto ser paga, é uma solução mas também tem seus pedregulhos agregados que vão cair sobre os usuários, mais cedo ou mais tarde.

Valor Agregado...

Para quem pegou a versão 2018 continue com ela há de eterno, ela é 0800 e assim será mesmo que não receba atualizações. Para quem quer comprar um programa de desenho, aqui vai o aviso: ela é paga e não vi desvantagem com relação ao preço cobrado, tanto aqui no Brasil quanto lá fora.

E sabendo que estamos no Brasil, com uma desvalorização de moeda na média de 80% com relação ao dólar, ao se colocar R$ 75,00 (na loja da MS Brasil) em conversão direta, viram US$ 15,00. Ou seja, precisamos pensar em valores lá de fora, não aqui de dentro. Dessa maneira, penso que, US$ 15,00 Libertinagens ou Obamas, seja lá como você chama a moeda deles, não é um preço absurdo nem um pacotinho de balas compradas na esquina. O valor está compatível com um mercado em que a manutenção de ferramentas está coerente e com valores aceitáveis aos praticados por outras.

Levando em conta que agora a SquetchBook Inc é uma empresa à parte da empresa mãe original, Autodesk, e que terá um longo caminho pela frente para se estabilizar, ainda assim com impostos e equipe de manutenção e correção de bugs, novos designers e uma administração particular, é um preço aceitável levando em conta tudo aquilo que eles terão de arcar como empresa fora de um famoso chapéu que a protegia.

Para quem for o desavisado e achar que poderá burlar as regras, sim isso vai ocorrer eventualmente (para muita gente, regras foram feitas para serem quebradas mas não é o caso aqui), mas vai precisar arcar com as consequências dessa escolha (pirataria ou preço) ou partir para a ferramenta open source, livre, que melhor lhe servir. Escolha essa não muito complicada de ser feita mas é bem chata de sair acertando de primeira.


Conclusão 

Fiquei surpreso com essa mudança, mesmo que entenda os motivos e não concorde com a maioria deles. Fico triste com a infeliz realidade de mais uma boa ferramenta grátis não estar mais ao alcance de seus muitos consumidores como poderia ser.

Em contra partida crio altas expectativas para com o futuro dela pois novas opções podem surgir a qualquer momento, vindas de dentro dessa nova empresa, o que também é uma boa iniciativa para o mercado. Quanto maior a quantidade de programas disponíveis melhor pois ter um leque de opções disponível aos usuários também favorece aos bolsos mais fundos ou os não tão profundos assim. Cabe a nós, usuários, aproveitar a cartela cheia de opções para saber qual programa escolher.

Ass.: Thiago Sardenberg
Até o próximo.

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