A minha forma de estudar...


Esse texto começou por um acaso. Durante a rotina de atividades de casa veio a ideia de escrevê-lo pois tive a oportunidade de verificar o que tem dado certo de um tempo pra cá.

Pude escolher trabalhar (mesmo ganhando pouco) em um horário totalmente diferente do padrão. De 15 às 23 horas alguns dias da semana fez diferença.

A disciplina, que me faltou durante muitos anos, foi criada com o tempo. Descobrir que é durante as manhãs que rendo melhor nos estudos fez sentido para manter a leitura dos livros do mestrado em dia.

Meses atrás, uma conhecida minha, me informou algo interessante. Uma professora de concurso público falou certa vez “Ter de 2 a 3 horas por dia para estudar é crucial para passar na prova“. Realmente, estudar 10 horas num único dia, o que não foi capaz de estudar durante 5 dias, pode servir para alguns mas não é regra nem padrão para todos.

Descobrir o meu ritmo de estudos foi fundamental para chegar nos meus objetivos. Além do mais, tudo o que se estuda, querendo ou não, acrescenta informações que para a maioria parece inútil mas nada do que é estudado é retirado de você mesmo, nem à força, então estude, cada vez mais. E nunca pare de aprender. Não existe coisa mais gratificante do que aprender coisas novas.

Desse ponto começa o que realmente importa.

No inicio dos estudos do mestrado estava perdido “como faço para marcar todas as informações que preciso? E acima de tudo, como faço para me lembrar onde elas estavam?”

1º Quando comecei ler firme... comecei a marcar os livros que comprei para me orientar. Sublinhar palavras ou parágrafos inteiros era comum e necessário.

2º Depois, em algum ponto da pagina... escrevia alguns termos ou palavras de referência para me situar com as relações que aquele conteúdo criava. Mesmo não me lembrando de qual foi a referencia, ainda assim, fiz as anotações. Isso é bom para cérebro. Faça anotações.

Dica rápida e das boas na hora de estudar. “Tudo que se escuta, esquece. Tudo que se vê, se lembra. Tudo que se anota, se grava.” essa frase é de uma professora de ensino primário.

3º Se a página lida tinha algo realmente importante... e precisa ser destacado, envolvia o número dessa página para encontrar o que precisava. Essa forma de marcar o conteúdo relevante me ajudou a encontrar coisas que já havia lido e não lembrava onde se situavam. Como a quantidade de texto é absurda de grande, saber marcar traz benefícios enormes.

4º Após as leituras fazia uma seleção de palavras chaves. Entre 5 e 20 delas onde as informações cruciais do texto lido estavam definidas. Dessas palavras chaves fazia uma frase que além de servir de resumo virava uma referência bem sintética do trabalho. O que além de criar a síntese do trabalho era um pretexto para resumi-lo definitivamente.


5º Resumo do trabalho lido. Sem um resumo a chance de perder as informações do que foi lido é muito grande e depois para se encontrar vira um problema. Mestrado exige documentação, e resumo com citações das frases importantes ajuda a entrar na rotina da pesquisa. Os pesquisadores fazem fichas, pequenas, em papel branco, com as informações dos livros e do que foi lido naquela obra que tenha relevância para o trabalho dele. Isso é bom para os livros emprestados de bibliotecas pois os mesmos não podem voltar nem marcados, nem destruídos. E se voltar com algum defeito depois de serem emprestados, o valor da recompra (caso ocorra) não é baratinho.

6º Publicação em algum local de acesso rápido. Para os que têm internet estável, determinados serviços de e-mail tem acesso a alguma ferramenta de blog onde é possível escrever coisas e colocar fotos. Para aqueles que têm vontade de criar um vídeo blog ou um canal de vídeos uma das coisas mais importantes é a frequência. O conteúdo é você que decide, pois é o real interessado, porém se vai ser bom ou ruim só o tempo e as críticas (suas e dos outros) é que darão resultado. Escreva sempre. Com o ritmo (ao menos um por semana) e a constância (persistência) os resultados aparecem em pouco tempo. Seja perseverante.

7º Nome das publicações. Cada publicação precisa de um nome diferente, certo? Sim! Porém inventar títulos é um dos maiores problemas do escritor/produtor de conteúdos. Para facilitar, os textos acadêmicos de iniciação científica sugerem que se coloque, nos títulos, as palavras chaves que determinaram seu trabalho. Além de facilitar entender e achar o tema, sobre o que está escrito naquelas páginas, ajuda a acelerar a catalogação desses documentos. Mesmo que o título do seu trabalho seja o nome do livro lido (você não é o único que leu aquela publicação) já será um bom começo.

8º O tema de mestrado. Antes de se chegar a qualquer mestrado, é bom saber sobre o que se está querendo estudar. O mestrado em si não vai definir o seu trabalho, quem define é você, leitor, o candidato interessado naquela vaga. Porém, a maioria dos mestrados tem sempre um número bem maior de candidatos do que de vagas. Atenção nessas vagas.

9º Leituras complementares. Como escrever demanda tempo, esforço e dedicação, saiba apreciar as leituras extras. Livros técnicos e teses são geralmente um pouco cansativos e chatos de serem lidos (isso é ser pesquisador) porém, romances e livros de arte ou história também ajudam a ver as coisas de forma diferente. Se está cansado das leituras? Contemple algo por alguns minutos. Durma um pouco. Relaxe o seu cérebro. Ele agradece e fará novas associações.

10° Jornais e Revistas. Cada publicação feita tem a sua linha editorial porém, no Brasil, a maioria delas é de tendência neoliberal (postura política) e individualista (conduta particular) e isso é péssimo de uma foram geral pois a maioria da população ou só lê o que tem acesso rápido (tabloides e jornais rápidos gratuitos) ou o que é de seu estrito interesse (futebol, fofoca dos ricos e famosos, dietas malucas que atrapalham a saúde e auto ajuda que já existem aos montes). Fuja dessas publicações fáceis de serem lidas e não acrescentam muita coisa. Tenha a mente aberta a veja novas formas de ler o mundo. Um bom escritor (romancista ou pesquisador) lê de tudo um pouco.


11° Se desligue do seu celular e das redes sociais. Ok isso é exagero mas não é infundado. As redes sociais são uma ótima forma de saber o que está rolando na vizinhança e no mundo mas a quantidade de lixo e inutilidade circulando também é enorme (poluição periférica é um problema grave até na rede). Além de atrapalhar a sua concentração o tempo gasto nelas é algo irrecuperável. Seja paciente. Quem está lá não vai sair da noite para o dia e se tem interesse em se comunicar contigo, ela o fará de algum jeito. Relaxe.

12º Adjetivando e engrandecendo o trabalho. Cada texto, em processo de escrita, exige uma forma particular de se trabalhar. Na hora de estudar e guardar as informações também. Porém quando se precisa de um volume muito grande de palavras para escrever sobre um determinado conteúdo o fato de engrandecer o texto com adjetivos e formulações malucas do pensamento criativo pode causar um problema enorme de concordância do texto e uma infeliz fuga do tema principal. Saiba equilibrar tanto os adjetivos quanto as palavras usadas. Ser sucinto e fazer sínteses é fundamental para se arrumar o pensamento. Além de ajudar a enxugar gorduras desnecessárias do trabalho final que será posto a prova de fogo. Treino e repetição são as regras.

Semana que vem tem o final do texto. Até lá.
Ass.: Thiago CS

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