Breve história do design


Caminhando pela história do Design e do Desenho Industrial, no livro Desenho Industrial, o autor e designer John Heskett (02/1937 - 08/2014) - professor e consultor, catedrático da Escola de Design da Universidade Politécnica de Hong Kong e o autor de livros, trabalhou como consultor para empresas e governos - define as etapas e identifica as diferenças da cultura material que a Revolução Industrial causou antes e depois ao mundo do trabalho. Como ela mudou a maneira das pessoas se relacionam com os produtos oriundos da enorme velocidade que essa industrialização acarretou, e como as funções e os trabalhos dos designers passaram por significativas alterações devido a essas influências.
Por existirem demandas específicas e vontades voláteis, tanto dos consumidores quanto dos fabricantes, cabe ao designer resolver esses problemas e identificar e tentar definir futuras possibilidades.

John Heskett, continua suas explicações gradualmente, através de momentos específicos. Compara o comportamento das populações (europeia e americana) e de seus processos de industrialização, e distingue as etapas cruciais para a evolução técnica e das atividades profissionais do Designer. Evoluções essas que acarretaram em movimentos específicos, tanto o dos industriais em função da evolução das máquinas e suas melhorias para uma série de situações de seus povos e do trabalho quanto em prol da valorização do Design deixando em voga os produtos e serviços urbanos e campais beneficiados direta e indiretamente por eles.

As diferenças entre as duas culturas - europeia e americana - são evidentes e onde as influências dos movimentos de vanguarda da arte moderna (virada dos séculos XIX e XX) fez duras críticas ao uso da indústria nos processos de trabalho também descaracterizou o trabalho do designer artesão. Entretanto parte desses movimentos de vanguarda também evidenciaram e estimularam o uso das máquinas no processo de criação e uso do design no novo século (o início do século XX).

Com a mecanização e padronização dos processos mecânicos de fabricação agilizaram certas atividades o designer tinha por necessidade se adaptar e desenvolver seus processos em cima das mudanças que era exigidas pela sociedade e pelos investidores industriais. Serviços, comércio, indústria foram altamente afetados pela industrialização e a história do design passa por esse momento de divisão da cultura e comportamento humanos.

O benefício direto foi o barateamento dos produtos industrializados e o aumentando do acesso a elas modernidades tecnológicas (onde até hoje vivemos impactos dessas modernidades e evoluções cada vez mais aceleradas).

Como essas duas correntes tiveram influencia direta no consumo e como esse progresso sustentado por demandas e objetivos foi benéfico em cada continente teve impacto no resto do globo? Passando em alguns pontos por situações específicas da França, Alemanha, antiga União Soviética e indo parar até no Japão, o livro conta de forma direta os momentos de maior repercussão que essas mudanças influenciaram apenas seus países e quando atingiram outros.

Na contramão da produção direta dos itens de consumo (característica da indústria americana) os estudos e trabalhos dos designers saíram de um status de artistas e artesãos para produtores de estilos (característica europeia) ao ponto de se tornarem criadores de tendências. Essas posturas antagônicas tentavam evidenciar como o uso (ou o não uso) das maquinas ajudava em um ponto e descaracterizava em outros o trabalho do Designer. Chegando a tal ponto de alguns designers pararam de trabalhar por demandas para criar itens exclusivos de consumo, para uma pequena parcela da população ao qual poderia pagar por eles consumisse. Pelas mãos desses Designers, a mecanização era um grave problema e não uma solução.

A evolução no uso das máquinas para a produção dos itens de consumo faz com que os diferentes comportamentos individuais e coletivos evidenciam como as pessoas fazem da cultura material algo importante ao ponto de perceber como satisfazer suas vontades e necessidades mais latentes.

Desde as governistas, aos dos capitalistas e industriais, quanto os artistas que trabalham por encomenda, de senhores donos das enormes fortunas das classes ricas, são esses fatores que determinam as ‘demandas trabalhistas’ que os designers passam.

Independente do foco estar na criação de produtos quanto na disponibilização e adaptação dos serviços disponíveis, são esses fatores que constantemente atingem as atividades dos designers. Se adaptar não é uma questão de suprir demandas mas um quesito de necessidade para se manter vivo e trabalhando num mercado profissional regado de volatilidade.

Graças a essas demandas, a criação das associações de designers, estudos realizados especificamente em voga a ergonomia dos objetos e a adaptabilidade das manufaturas, fabricas e produtos terem sido percebidas, outros movimentos foram surgindo para valorizar o bom design e gerar prêmios como mérito ao estudo e trabalho aplicados. No decorrer desses processos o design ganhou maior destaque e se tornou item que ressalta as diferenças entre o bom do ótimo, o ruim do péssimo, e do que eu tenho para o que eu preciso.

A leitura é uma viagem a história da industrialização no mundo e como essa mudança não poderia ser impedida. Uma interessante aula de história da humanidade industrializante que estava ocorrendo e levando a algo inimaginado.

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