Princípios do ato de ensinar... No caminho para o mestrado...


Na busca pelo mestrado me deparei com algumas alternativas. Artes visuais, Design, Educação, Pedagogia, entre uma infinidade de outras possibilidades. Por vir da área de Design, ou seja, ciências e tecnologias, seria muito lógico cair em alguma vertente coligada as tecnologias e por ter dado aula de jogos digitais mais ainda porém, também em Design, existe a parte das artes: artes gráficas, artes visuais e artes em movimento.

Quando se fala em ministrar aulas, pedagogia e suas vertentes coligadas são as melhores referências porém ainda me faltavam muitos anos de estudos para chegar a tal escolha. O resultado final foi? Ficar perdido no mar e sem um rumo definido do "afinal, o que eu faço?"

Ao estudar diversos autores, detalhes, e vertentes de trabalhos que a pedagogia tem fiquei encantado com tantas possibilidades que uma só área me faria alcançar foi então que veio outro dilema: de novo a graduação ou direto um mestrado? Design ou Educação? Ó duvida...

Enquanto as idas e vindas entre as provas de mestrado (ainda nesse processo) e a realização dos pré-projetos junto aos trabalhos da monografia da pós, eis que me apareceu mais um livro de pedagogia: Pedagogo ou Professor?

Independente da escola, a partir do momento que a pessoa escolhe vivenciar a sala de aula, ela irá passar pelas duas funções em algum momento. Essas duas funções estão interligadas e mesmo que possam ser exercidas por pessoas diferentes (a realidade) e possam ser analisadas de forma independente (os estudos teóricos) são situações que esbarram uma na outra inevitavelmente.

A maioria do tempo que, ao exercer a função de professor, a pessoa irá se deparar com as rotinas burocráticas e sistemáticas de qualquer escola e para ser diretor de escola é preciso ser pedagogo e inevitável ser pedagogo passa pela formação em sala de aula...

No ensino superior a docência é um pouco mais tranquila que no ensino fundamental, básico e médio porém os trabalhos que precisam ser exercidos, na esfera burocrática, são os mesmos. A dificuldade do professor, muitas vezes, passa pela sala de aula em diversas visões que coexistem e se auxiliam na detecção de problemas reais e difíceis e na realização das soluções necessárias.

No livro ‘Pedagogo ou Professor” a principal autora descreve as experiências dela durante a reformulação dos cursos de Pedagogia de algumas instituições. Tendo foco principalmente na PUC Rio e UFF a autora também usa como referencia os cursos da UERJ, UFRJ e Uni Rio, passa pelos casos específicos dos IES (institutos de ensino superior), da Escola de Educação e pela Federal Rural. Ao final de todas as problemáticas levantadas termina o trabalho com a junção de diversas pontas que a LDB de 1996 deixa em aberto para ser melhorada com o passar dos anos.

Faz um apanhado de referências e detalhes que a década de 1980 foi para a educação. Com a realização de diversos fóruns, simpósios, trabalhos de se conversar e definir quais os trabalhos dos cursos de pedagogia para a sociedade como um todo e como os cursos Normais de formação de professores precisavam se readaptar para as novas demandas e realidades que a LDB criou em 1996.

O que mais chama a atenção é o combinado de trabalhos internos que a PUC Rio e a UFF precisaram realizar para: alterar; modernizar; readaptar; expandir; e agregar aos seus respectivos cursos, novas informações cruciais que as antigas grades demandavam e vinham necessitando desde a década 1980. 

Clamando por mudanças devido ao contexto vivido e a realidade das escolas certas posturas foram necessárias para se chegar no resultado final. E logo ele, o resultado final, foi doloroso para muitas pessoas.

Com a participação dos corpos: Docente (professores), Discentes (Alunos) e servidores (Administrativos e reitoria) e a Sociedade (real necessitária das mudanças) o diálogo entre todas as pessoas nessas situações foi importante.

Além disso, foi colocado na obra um apanhado das principais grades curriculares das faculdades de educação criando um parâmetro de comparação e definição de pontos chaves que são suas referências e seus diferenciais. Suas propostas e suas posturas políticas, para demonstrar as suas tendências pedagógicas, que colocavam nos seus renovados cursos eram alguns dos pontos levantados.

Outro ponto importante foi como os centros de educação precisavam expandir para além dos grandes centros e como levar esse conhecimento (das demandas, realidades e obrigações pertinentes as escolas) para os locais mais carentes e necessitados que existiam.

Além de ser um breve passeio pela nossa história, em plena realidade mutante que foi século XX no Brasil, demonstra como a sociedade encara, com relativo interesse as mudanças que precisam passar. De alguma forma, as mudanças que nossa sociedade pede e fala sem palavras claras, também passam pelas escolas e faculdades.

Deixa claro que as mudanças são necessárias para se criar novas gerações de profissionais prontos para enfrentar as múltiplas realidades das escolas, do ensino e da abrangência que a área pedagógica, por natureza, tem. E para se alcançar parte dessas mudanças é preciso reorganizar, evoluir e melhorar os currículos das faculdades de pedagogia a todo instante.

Leitura recomendada para quem tem interesse na história da pedagogia porém é um breve texto de realidade local que pouco tem a colaborar com o todo mas a postura interna para mudar é o grande legado que essas instituições em suas faculdades deixam para os outros.


Ass.: Thiago C.S.

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