Educação ou Ensino? No caminho para o mestrado...


Durante esse período de estudos intensos sobre diversos assuntos para o mestrado, o foco continuam sendo 3 vertentes: educação e ensino (pedagogia), projeto e processo (design), epistemologia e etimologia do design. Como o conteúdo da parte pedagógica ainda é pequeno, me foco mais nessa área do conhecimento para aumentar o repertório teórico.

Com a proximidade do final da pós graduação em docência a pesquisa pedagógica se torna cada vez mais evidente. Nas ultimas disciplinas cursadas: Politicas Educacionais e Direito e Legislação Educacional, foram duas condicionais de importância impar para entender como o ensino, as escolas, as faculdades, a legislação e o sistema funcionam. Para complementar ainda aprendemos sobre a LDB e Políticas Públicas voltadas para a educação.

No meio desse caminho, consegui ter acesso e ler um livro sobre filosofia. Originalmente, a escola de professores, era braço da filosofia. Entre o final do século XIX e a década de 1930 era comum sair da Faculdade de Filosofia os professores porém era mais comum ainda os professores primários virem da escola normal. Depois disso, ainda na década de 1930, foram criados os primeiros cursos de pedagogia.

Até a 1ª grande reforma do ensino superior, em 1968 (bem no período do regime militar), as faculdades de pedagogia e os cursos normais seguiam por seus caminhos mas também eram ‘parceiros’ na função de formar educadores.

Na década de 1980, bem depois da reforma do ensino de 1° e 2° graus (atualmente conhecidos como Ensino Básico e Ensino Médio) já se falava em muitos congressos que a escola formação de professores precisava vir do Ensino Superior.

A LDB de 1996 (atualmente em vigor e com muitas mudanças posteriormente realizadas com o intuito de se adaptar as novas demandas e realidades da sociedade), veio a estabelecer que todos os professores precisam ser formados pelo Ensino Superior e de forma terminante, decretou que todos os professores sem o diploma de 3° grau não poderiam dar mais aulas e os mesmos precisariam cursar a faculdade de pedagogia (caso os professores não viessem de licenciatura em determinadas áreas de atuação).

Demerval Saviani, filósofo e educador brasileiro, vem desde a década de 1970, argumentando e defendendo mudanças importantes para os campos de atuação dos pedagogos, formas de se trabalhar os cursos de pedagogia, a não continuidade da formação normal para professores primários e uma série de outras ações para valorizar os professores e melhorar todos os trabalhos e trabalhadores responsáveis pelas escolas de uma maneira geral.

Em um de seus livros, sobre educação “Educação: do senso comum à consciência filosófica” descreve e contextualiza o leitor em diversos pontos da educação brasileira. Mostra como eram os discursos na década de 1970 e 1980, como eram as realidades das escolas brasileiras (tanto publicas quanto as privadas), como eram as funções e propostas de várias tendências dos cursos de pedagogia da época... e deixa uma série de observações para o futuro da carreira dos professores e educadores.
Dedilha também sobre muitas conversas realizadas em congressos da década de 1970 e como a realização dos mesmos ajudou a entender as múltiplas realidades da educação no Brasil.

Comenta brevemente, como alguns cursos, em determinadas regiões, colaboraram com informações e olhares diferentes sobre como ensinar os graduandos de pedagogia nas diferentes possibilidades que a educação tem para confrontar e se adaptar.

Comenta sobre a cultura, a importância e o significado de cultura popular, as diferenças e pertinências do “o que é ser culto” e como equilibrar os excessos de informações que até então, a geração passava.
Leitura obrigatória para entender uma boa parte tanto da história do Brasil (que existe um capítulo especifico sobre as mudanças que ocorreram desde o 1° período Vargas) até os acontecimento significativos da ditadura nas esferas da educação em geral.

Fala também sobre as pós graduações que existiam na época, antes da grande reforma que a área pedagogia sofreu na década de 1990 onde diversas instituições redefiniram suas propostas de atuação devido as mudanças necessárias que a LDB de 1996 causou em seus currículos, na extinção da escola Normal e na obrigatoriedade da formação em Ensino Superior por parte dos pedagogos.


Ass.: Thiago C.S.

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