Encontrando as relações e fazendo correlações dos assuntos pedidos...

Quando comecei a estudar para o mestrado estava perdido. Temática não ajudava e bibliografia era nula (a princípio). Pesquisar pelos professores da Graduação e do Mestrado, presentes nas duas listas de docentes juntas ajudou mas ao constatar que apenas 5 eram compartilhadas e 4 deles tinham Lattes e em 1 fiquei abismado pela quantidade de publicações já realizado, eu não só constatei que mais perdido estava como menos lógica fazia esse edital (em uma das primeiras leituras). Acreditei na proposta e segui em frente.

Infelizmente, o conteúdo não é só muito abrangente como inter-relacionado a outras áreas do conhecimento. Junte a isso a possibilidade de fazer trabalhos focados no artesanato, na indústria, por um período pequeno ou sem prazo determinado, temos algo mais complicado ainda de se explicar. Design: o que é essa coisa? Como ela existe? Como acontece?

Nos temas pré-definidos pelo edital do Mestrado, as buscas pelos textos acadêmicos foram afuniladas aos seus respectivos temas e deles conseguir algumas publicações relevantes.

Ponto 5 – Deslocamentos poéticos no design contemporâneo.

A profissão do Designer é bem abrangente como dito anteriormente porém fazer poética com ele? Só o fato de existirem situações específicas para o uso desses conhecimentos já é um tanto estranho porém faz parte da “experiência” de se “consumir” design. Não depende só de estética ou de conforto ou de usabilidade das coisas. Depende de tentar e ser inusitado.

Depende da experimentação do designer, do querer consumir coisas diferentes pelos clientes, do querer fazer outras atividades dentro das atividades já consagradas pelos valores tradicionais dos consumidores. Comprar já não é mais o carro chefe e sim: sentir, ver, ouvir, cheirar, vestir, tatear, degustar. Design também trabalha com sensações.

Usar um poema para criar uma arte, usar uma experiência ilusória para criar um produto, usar um detalhe de algum elemento específico de uma região para criar uma coleção de arte ou artesanato. Design e Arte e Artesanato.

Organizar uma casa com itens de diferentes coleções criando e descontruindo o tradicional e regrado dos estilos consagrados afim de misturar todos... usar roupas de varias épocas diferentes sem parecer cafona ou fora de moda... criar pratos doces com aparência de salgados ou de frios com o calor do forno a lenha sem estar pelando... Criar uma exposição onde pode se tocar em tudo mas o visitante está as cegas com vendas e guiado por outro.

A experimentação do design em diversas áreas (não relacionáveis anteriormente) se faz um fator cada vez mais diferenciador dos ditos “padrões de mercado”. Não porque pode e deve trabalhar com a indústria mas por seus participantes (principalmente seus criadores) terem a clareza de que sem mudanças não existe experimentação e a criação das experiências.

Exposições tocáveis, documentários em formatos não tradicionais, seriados de TV que passam em episódios de 5 minutos pelo celular num site específico... Assistir a uma peça de Teatro onde o público é a peça e os atores são o público... Experimentar é criar novas alternativas.

Ponto 6 – Múltiplas formas de percepção tátil/visual na produção do design.

Nesse ultimo ponto desse intensivão de estudos sobre o design, em geral, o tema mais tem relação com o imagético do que com o tátil (mesmo que existam situações em projetos e trabalhos físicos tão maravilhosos quanto a imaginação do ser humano é por natureza). Alinhar imaginação e realidade é um trabalho árduo e cansativo, imagina teorizar isso?

Design tem se relacionado muito mais com as coisas 'comuns' e do dia-a-dia e que tem suas funções diretas ligadas a uma boa dose de estética alinhadas ao bom gosto e satisfação dos usuários / clientes que mais parece um maquiador do que um sintetizador de soluções adequadas e agradáveis as funções básicas de sua função primordial, o ato de projetar algo.

Enquanto os teóricos da área não conseguem chegar em uma definição consensual e definitiva do que é a profissão, o termo e suas funções, a maioria concorda em um detalhe: o termo 'design' acabou por ser mais atrelado ao visual estético que produtos e serviços consumidos pelo consumidor final podem ter e acrescentar do que seguir a apenas as funções de conforto e versatilidade que os artefatos e objetos cotidianos deveriam ter por sua natureza.

O Design é na prática um juntador e organizador de informações diversas. Como consequência direta um 'afunilador de coisas', juntador propostas e agregador de possibilidades e soluções que vão além do conhecimento comum. Todas essas informações precisam de um bom crivo e suas soluções aos problemas apresentados devem sempre sintetizar e objetivar as propostas de cada trabalho realizado.

Nem sempre será possível maximizar a abrangência das ideias propostas com as soluções idealizadas pela equipe de trabalho ou o que os clientes esperam porém quanto mais próximas as duas tendências de trabalho estiverem, agregando a elas uma estética favorável ao reconhecimento rápido, evidenciando seu objetivo de forma clara e imediato, reduzindo ao máximo os ruídos da comunicação com os usuários/consumidores diretos e acima de tudo, demonstre e crie a satisfação desejada essa sim poderá ser a melhor das soluções.

Síntese é uma das condições cruciais do bom trabalho do Designer. Se suas sínteses não forem bem trabalhadas e adaptadas as demandas da proposta, o bom trabalho pode, fatalmente, se tornar um mal trabalho resultando em uma inevitável e previsível frustração. As referencias de diversas áreas de atuação, regiões, culturas e movimentos farão sempre o trabalho do designer, uma grande caixa de surpresa e versatilidade de propostas e soluções.

Faltam menos de 2 dias para a prova. Estou me descabelando. Se eu aparecer mais grisalho ou menos cabeludo depois do mestrado, já sei de quem é a culpa: da minha curiosidade em querer fazer isso. Socorro! Estou ficando maluco...

Thiago CS